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Estudo liga impulsividade a pouco sono e muito tempo diante das telas

Jairo Bouer

14/08/2019 21h42

Crédito: Fotolia

Crianças que dormem pouco e passam mais tempo que o recomendado diante das telas são mais propensas a agir impulsivamente. Segundo pesquisadores canadenses, insistir que os jovens durmam ao menos nove horas por noite, pratiquem atividade física todo dia e não passem mais de duas horas na TV, videogame, smartphone ou tablet pode ajudá-los a tomar decisões mais acertadas na vida.

As conclusões foram obtidas pelo Grupo de Pesquisa em Vida Saudável e Obesidade do Hospital Infantil do Oeste de Ontário e da Universidade de Ottawa, e acabam de ser divulgadas na revista Pediatrics.

Os pesquisadores analisaram dados de 4.524 crianças de 9 a 11 anos de idade de um estudo que se destina a acompanhar o desenvolvimento cognitivo de adolescentes ao longo de dez anos.

A equipe analisou os hábitos dos jovens e utilizou como critério as recomendações lançadas recentemente por autoridades canadenses para combate ao sedentarismo e obesidade.

Estudos já tinham confirmado que estimular as crianças a dormirem de 9 a 11 horas seguidas à noite, fazer uma atividade moderada ou vigorosa por no mínimo 60 minutos por dia e não usar as telas para fins recreativos por mais de 2 horas ao dia resulta em menores índices de obesidade, mais saúde e maior capacidade de aprendizado.

Mas, desta vez, o objetivo dos pesquisadores foi observar se a premissa também pode ter impacto na impulsividade dos jovens, e a resposta foi "sim". Eles encontraram uma forte associação entre sedentarismo, sono insuficiente e tempo excessivo diante das telas e a tendência a agir precipitadamente.

O estudo avaliou diferentes medidas de comportamento impulsivo, como a dificuldade para finalizar tarefas, tendência a buscar emoção, se envolver em comportamentos de risco e agir sem pensar. Quem seguia os três pilares de vida saudável apresentou resultados mais favoráveis.

Ainda há um longo caminho de pesquisas pela frente para explicar melhor essa relação, mas tudo indica que trocar os eletrônicos por mais horas de sono e atividade física pode evitar não só doenças no futuro, como também abuso de substâncias, transtornos alimentares e outros problemas de saúde mental.

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Sobre o autor

Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.

Sobre o blog

Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.