Feridas do bullying podem “doer” até a faculdade, diz estudo
Jairo Bouer
02/09/2016 11h30
O impacto psicológico provocado pelo bullying na infância pode ser tão duradouro quanto o de situações como abuso sexual ou físico, segundo um estudo.
Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, examinaram 480 calouros de uma faculdade para identificar as principais fontes de traumas psicológicos nessa população, do nascimento até os 17 anos. Os alunos foram submetidos a entrevistas e questionários para avaliar sintomas de depressão, ansiedade e transtorno do estresse pós-traumático.
Os jovens que passaram por situações de humilhação na infância apresentaram níveis significativamente mais altos de problemas de saúde mental. Eles foram mais elevados ainda para as garotas que enfrentaram o problema.
Na amostra, o bullying chegou a ser uma causa mais frequente de transtorno do estresse pós-traumático do que a violência doméstica, segundo os autores.
Muita gente acha que as consequências do bullying se limitam à adolescência e que, com a maturidade, tudo melhora para os jovens. Mas esse estudo mostra que não é bem assim.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.