Mulheres dormem meia hora a mais, revelam smartphones
Jairo Bouer
09/05/2016 19h05
As mulheres tendem a dormir meia hora a mais que os homens, de modo geral. E pessoas que passam mais tempo expostas ao sol durante o dia tendem a ir para a cama mais cedo em relação às que passam a maior parte do tempo dentro de casa, na escola ou no trabalho.
Essas são algumas das conclusões de um estudo realizado com base em dados de um aplicativo gratuito para smartphone criado para aliviar o jetlag. Para usá-lo, é preciso enviar informações sobre horários de sono e exposição à luz natural. Ao reunir informações de milhares de usuários de 100 diferentes nações, pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, conseguiram comprovar o quanto o sono das pessoas varia de acordo com país, idade, gênero e cultura.
A menor quantidade média de sono registrada no estudo foi de 7 horas e 24 minutos, em Cingapura e no Japão. A quantidade média máxima foi de 8 horas e 12 minutos, na Holanda. Apesar de a variação não parecer tão grande, os autores ressaltam que meia hora a mais na cama já é capaz de fazer uma enorme diferença em termos de memória e aprendizado, e também para a saúde. Mas é bom lembrar que o estudo analisou apenas a quantidade de sono, e não a qualidade, já que os participantes não passaram por exames.
Além de fatores como trabalho e exposição ao sol, os pesquisadores descobriram que existem diferenças de gênero quando o assunto é sono: homens de meia idade tendem a dormir menos que o recomendado, ou seja, de 7 a 8 horas. Já as mulheres tendem a dormir 30 minutos a mais que eles, em média, especialmente entre os 30 e 60 anos – elas vão dormir um pouco antes e acordam um pouco depois.
O relógio biológico das pessoas está associado ao ciclo de 24 horas do planeta. Mas a ciência tem mostrado, cada vez mais, que pressões culturais, bem como o uso da tecnologia, têm modificado os padrões de sono e vigília dos seres humanos. O resultado é que as pessoas têm dormido menos do que o necessário, o que pode ter consequências graves a longo prazo. Sem contar o prejuízo imediato: os autores lembram que passar vários dias sem dormir o suficiente faz o desempenho de uma pessoa cair, mesmo que ela não perceba.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.