Para pesquisadores, incidência de problema sexual é superestimada
Jairo Bouer
03/12/2015 18h48
De acordo com pesquisadores da London School of Hygiene and Tropical Medicine, apenas 4,2% dos homens e 3,6% das mulheres devem ser diagnosticados com problemas sexuais. Para a equipe, liderada por Kirstin Mitchell, diferenciar dificuldades e disfunções clínicas é um dilema comum da psiquiatria, mas, pelo menos nessa área, a questão tornou-se crítica.
A equipe analisou um banco de dados com mais de 15 mil homens e mulheres britânicos de 16 a 74 anos. O problema sexual diagnosticado com maior frequência foi a disfunção erétil (60%). No caso das mulheres, 51,8% se queixavam de libido reduzida. Os autores também identificaram algumas diferenças de gênero interessantes, como o fato de que o desemprego foi associado à disfunção sexual masculina, mas não feminina.
Para chegar à estimativa, os pesquisadores utilizaram critérios aceitos internacionalmente para definir "disfunção sexual" – o problema deve durar pelo menos seis meses, ocorrer em 75% das relações sexuais e gerar aflição significativa para a pessoa.
Apesar de terem chegado a percentuais bem mais modestos que de pesquisas anteriores, os pesquisadores avaliam que, ainda assim, a incidência de problemas sexuais é expressiva e deve ser levada a sério. As informações são do site britânico Daily Mail.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.