Produtos “fitness” podem fazer você comer mais e malhar menos
Jairo Bouer
23/06/2015 19h42
Pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, e da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, concluíram que muitos consumidores encaram esses produtos, até de forma inconsciente, como substitutos da atividade física.
Joerg Koenigstorfer e Hans Baumgartner criaram embalagens diferentes para um mesmo produto: um mix de frutas secas e oleaginosas. Uma delas era neutra, enquanto a outra continha a palavra "fitness" e a figura de um tênis.
Ao todo, 162 pessoas foram convidadas a testar os produtos. Metade recebeu o neutro, enquanto a outra, o "fitness". Todos responderam a questionários sobre hábitos alimentares e eventuais restrições na dieta. Depois de saborear os lanches, eles eram convidados a usar uma bicicleta ergométrica pelo tempo que quisessem.
Aqueles mais preocupados com o peso foram os que mais comeram – eles consumiram cerca de 200 calorias a mais e fizeram menos exercício do que os participantes menos encanados com a forma física. Os resultados foram publicados no Journal of Marketing Research.
Os autores sugerem que produtos alimentares associados a fitness deveriam ter mais específicos, nas embalagens, sobre a importância de se exercitar para ter os resultados desejados com o produto. Mas também é importante que as pessoas fiquem de olho nos rótulos e tenham consciência das calorias consumidas.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.