Quando o uso recreativo de drogas vira rotineiro
Jairo Bouer
13/05/2015 17h21
O trabalho, publicado no periódico Annals of Family Medicine, mostra que tantos os médicos quanto os pacientes devem ficar atentos aos riscos do uso recreativo de drogas.
Pesquisadores coordenados pela professora Judith Bernstein, da Escola de Saúde Pública da universidade, acompanharam 483 pacientes atendidos no Boston Medical Center. Todos eles passaram por uma consulta de acompanhamento seis meses depois.
Do total de usuários de fim de semana, apenas 19,2% mantiveram o mesmo padrão no semestre seguinte, enquanto 54% passaram a consumir as substâncias também nos outros dias. As principais drogas consumidas eram maconha, cocaína e opiáceos.
A coordenadora do estudo avisa que os resultados não podem ser generalizados para toda a população, pois os indivíduos que fizeram parte da pesquisa eram usuários recentes. Mesmo assim, ela acredita que é recomendável acompanhar os pacientes que relatam uso recreativo de drogas para, eventualmente, oferecer ajuda especializada.
Para quem acha que tem controle sobre o uso, fica o alerta: esse domínio sobre a droga pode durar apenas alguns meses.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.