Cientistas identificam oito tipos geneticamente diferentes de esquizofrenia
Jairo Bouer
03/02/2015 15h54
A descoberta, publicada pela revista científicaAmerican Journal of Psychiatry, pode ser um passo importante para diagnosticar e tratar melhor essa enfermidade, que afeta cerca de 1% da população mundial.
Os pesquisadores já sabiam que cerca de 80% do risco de sofrer esquizofrenia era hereditário, mas a ciência vinha lutando para identificar genes específicos capazes de deflagrar o transtorno.
Na atual pesquisa, que contou com 4.196 pacientes com o diagnóstico, foram identificadas diferentes redes de genes que contribuem para os tipos da doença. Outros 3.200 indivíduos saudáveis participaram do grupo de controle.
De acordo com Igor Zwir, um dos autores, os genes não atuam de forma isolada, mas trabalham juntos, como numa orquestra, em pessoas saudáveis, ou de maneira desorganizada, nos casos dos indivíduos com esquizofrenia.
Cada um dos oito tipos identificados têm manifestações típicas, como alucinações e delírios ou discurso e comportamento desorganizados, por exemplo.
Enquanto genes individuais apresentam associações fracas com a doença, as redes de interação entre grupos de genes representam um risco de 70 a 100% de sofrer de esquizofrenia.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.