YouTube ajuda pessoas com transtorno mental grave, indica estudo
Jairo Bouer
20/10/2014 11h08
No artigo com os resultados, publicado no periódico PLOS ONE, os pesquisadores contam ter se surpreendido com a forma como vítimas de transtornos psiquiátricos são abertas em um site público de mídia social. Elas não parecem se preocupar com os riscos de tornar pública sua condição porque realmente querem ajudar pessoas com problemas semelhantes.
Os pesquisadores utilizaram um método chamado etnografia on-line para analisar mais de 3.000 comentários postados em 19 vídeos de pessoas que afirmam ter transtornos psiquiátricos.
Coordenada pelo pesquisador John Naslund, do instituto de políticas de saúde da universidade, a equipe concluiu que o YouTube ajuda a diminuir a solidão e encontrar esperanças, além de ser uma forma de defender quem sofre de transtornos mentais. Os vídeos postados também ajudam as pessoas por relatarem experiências com uso de medicamentos e trazerem dicas para lidar com desafios diários.
A esquizofrenia, o transtorno esquizoafetivo e o transtorno bipolar estão entre as principais causas de incapacidade em todo o mundo. Essas doenças também estão associadas a estigma e discriminação. Por isso, as mídias sociais podem ser uma ferramenta útil para superar os medos de lidar com um transtorno mental e criar um senso de comunidade entre indivíduos que sofrem com o problema.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.