Um em cada sete indivíduos tem confusão mental ao ser acordado
Jairo Bouer
27/08/2014 16h52
A confusão mental, que em geral ocorre depois de um despertar forçado, pode durar meia hora ou mais. Tem gente que atende o telefone em vez de desligar o alarme, por exemplo. E há casos de indivíduos que chegam a ter comportamentos violentos nesse período, esquecendo o que aconteceu logo depois.
O trabalho, feito por pesquisadores da faculdade de medicina de Stanford em Palo Alto, na Califórnia, e publicado na revista Neurology, detectou uma incidência de 15% no transtorno, chamado oficialmente de "despertar confusional". A proporção é quatro vezes maior do que indicavam as estimativas anteriores.
Para chegar à conclusão, foram entrevistadas 19.136 pessoas com 18 anos ou mais. Elas foram questionadas sobre seus hábitos de sono, sobre uso de medicamentos e eventuais transtornos mentais.
Em 84% dos casos, quem sofria com o problema também apresentava outro transtorno de sono, algum transtorno psiquiátrico ou usava certos remédios, como antidepressivos. E a frequência aumentava quando a pessoa tinha dormido demais ou de menos.
Segundo os autores, o despertar confusional tem recebido bem menos atenção do que deveria, embora as consequências possam ser tão graves quanto as do sonambulismo.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.