Usar o cérebro na adolescência pode fazer os neurônios viverem mais
Jairo Bouer
28/05/2014 16h15
O trabalho foi realizado por pesquisadores da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, nos EUA. Eles ensinaram cobaias a piscar o olho toda vez que ouviam determinado som. Quando os animais não aprendiam a tarefa, cerca de metade das células cerebrais recém-nascidas morria em apenas três semanas. Já quando o aprendizado era bem-sucedido, as mesmas células permaneciam vivas.
Segundo o neurocientista Tracey Shors, coautor do estudo, a proliferação em massa de células cerebrais serve para ajudar jovens a encarar os desafios da vida adulta sem a proteção intensa dos pais.
Os cientistas já sabiam que os neurônios de ratos adultos, em menor quantidade, podem ser salvos com aprendizado – não é à toa que os médicos sempre estimulam pessoas mais velhas a exercitar o cérebro. Mas eles não tinham certeza, até então, se isso ocorreria também em jovens, que produzem quatro vezes mais neurônios.
Como o processo de produção de novas células cerebrais dos ratos é similar a de humanos, o pesquisador diz que estimular ao máximo o aprendizado entre adolescentes é fundamental. O problema é saber qual o nível ótimo a ser ensinado, já que exagerar na dose pode fazer o jovem desistir.
Sobre o autor
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.
Sobre o blog
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.