Quase metade dos britânicos se diz desconfortável em beijar alguém com HIV
Uma pesquisa britânica mostra que quase metade da população se sentiria desconfortável em beijar alguém que convive com o HIV, e 38% se incomodariam em sair com uma pessa nessa condição. Os resultados mostram que, apesar de todos os avanços, ainda há muita desinformação sobre o vírus.
O levantamento foi realizado com 2.075 pessoas pelo instituto YouGov e encomendado pela organização Terrence Higgins Trust, de uma das mais atuantes no Reino Unido na área de saúde sexual e apoio a pessoas com HIV. A entidade tem esse nome porque Terrence Higgins foi um dos primeiros britânicos a morrer por uma doença relacionada à Aids, há 37 anos.
Graças à evolução dos medicamentos antirretrovirais, hoje os pacientes infectados conseguem ter sua carga viral zerada, ou seja, a quantidade de vírus presentes no sangue é tão baixa que essas pessoas que a probabilidade de transmitir o HIV aos parceiros sexuais é praticamente zero.
A informação já foi confirmada por grandes estudos científicos, mas é conhecida por apenas um em cada cinco britânicos, sendo que no Reino Unido 97% dos pacientes diagnosticados e tratados estão com a carga viral suprimida.
Os especialistas da organização acreditam que conscientizar as pessoas de que a supressão viral evita a transmissão pode mudar a vida de quem convive com o HIV e reduzir o estigma, além de evitar novos casos.
De qualquer forma, é importante ressaltar que beijos não transmitem o HIV, bem como o compartilhamento de talheres, copos ou contato diário. O que transmite o vírus é o sexo desprotegido, o compartilhamento de seringas ou agulhas ou a transmissão vertical, da mãe para o bebê – mas, de novo, tudo isso pode ser evitado com o tratamento eficaz.
Tudo isso não significa que você pode abrir mão da camisinha. Ela continua essencial para evitar o HIV e diversas outras infecções sexualmente transmissíveis. Só em 2017, no Brasil, foram diagnosticados mais de 42 mil novos casos de HIV e mais de 37.700 casos de Aids. Sem contar que doenças como a sífilis apresentaram crescimento no mundo todo nos últimos anos.
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