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Jairo Bouer

Estudos ligam sexting na adolescência a comportamentos de risco

Jairo Bouer

17/06/2019 19h38

Crédito: Fotolia

O sexting, ou seja, a troca de mensagens, fotos ou vídeos com teor sexual, já é uma prática que faz parte da vida de muitos adolescentes, já que o acesso aocelular tem ocorrido cada vez mais cedo. Embora existam muitas pesquisas que tentam estabelecer a prevalência desse comportamento, ainda são poucos os que analisam suas eventuais consequências. Para os pais, fica sempre a pergunta: mensagens picantes flagradas no smartphone dos filhos significam que eles já são ativos sexualmente, ou são apenas brincadeiras?

De acordo com uma revisão de estudos, que juntos envolvem um total de 42 mil menores de idade, jovens que praticam sexting são mais propensos, sim, a se envolver em atividades sexuais reais. O comportamento ainda foi associado ao sexo com múltiplos parceiros, ausência de uso de contraceptivo, ansiedade ou depressão, delinquência, e uso de álcool, drogas ou cigarro.  Tudo o que os pais mais temem.

A metanálise foi realizada por pesquisadores das universidades de Calgary e de Waterloo, no Canadá, e do Texas, nos EUA. Os resultados foram publicados no Jama Pediatrics, um periódico científico de referência.

Segundo com os autores, um em cada quatro jovens com menos de 18 anos pratica sexting. Quanto mais novo o adolescente, maior a tendência a se envolver em comportamentos de risco, o que ressalta a necessidade de pais e educadores discutirem o assunto com filhos e alunos o quanto antes.

É fundamental que os jovens aprendam desde cedo a evitar troca de mensagens com estranhos na web, além de não se deixar identificar em fotos e eventuais vídeos íntimos, pois já sempre o risco de vazar. Acima de tudo, é preciso que os adolescentes tenham a quem recorrer quando se sentirem ameaçados de alguma maneira. Lembro sempre que o site Safernet é uma boa fonte de consulta e também um canal de comunicação.

Sobre o autor

Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.

Sobre o blog

Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.