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Jairo Bouer

Tecnologia pode facilitar relação com pais, o que é essencial após divórcio

Jairo Bouer

20/02/2019 21h47

Crédito: Fotolia

Mensagens de texto, vídeos e outras formas de comunicação populares entre os adolescentes podem ajudar a construir um relacionamento de apoio entre pais e filhos em casos de separação ou divórcio. A conclusão é de um estudo realizado por especialistas das universidades do Kansas, de Indiana e West Virginia, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores avaliaram dados de quase 400 casais recém-divorciados que tinham filhos entre 10 e 18 anos de idade. Eles identificaram três principais tipos de relacionamento entre os pais separados: cooperativo, moderado  e conflituoso. O bem-estar dos adolescentes e a frequência de comunicação com os pais também foram mensurados.

A equipe percebeu que o que realmente contou para o bem-estar dos jovens foi o contato que mantiveram com o pai ou com a mãe após a separação. Quanto mais contato eles tinham, melhor era o relacionamento entre pais e filhos, ainda que o pai e a mãe não se dessem bem.

A descoberta contraria um pouco a ideia de que a cooperação entre os pais é fundamental para os filhos lidarem melhor com o estresse da separação, destacada em estudos mais antigos. A diferença pode ser explicada pelo fato de que os jovens, hoje, são mais propensos a ter seus próprios celulares ou tablets, o que dá mais autonomia e facilita a comunicação com a pessoa que saiu de casa, seja o pai ou a mãe.

Para os pesquisadores, é claro que os pais devem fazer um esforço para ter um relacionamento civilizado após o divórcio, pois isso favorece o bem-estar dos filhos. Mas, de acordo com os resultados publicados no periódico Journal of Family Issues, o relacionamento dos pais com os filhos é o mais importante.

Está provado que adolescentes sofrem menos e tendem a se envolvem menos em comportamentos de risco quando podem contar com o suporte dos pais. Essa sensação de que eles estarão lá, quando necessário, só pode existir se houver uma boa comunicação. Além disso, quando o pai ou a mãe mantém contato frequente, eles conhecem melhor a rotina dos filhos, o que ajuda a identificar as necessidades deles.

Sobre o autor

Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.

Sobre o blog

Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.