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Jairo Bouer

“Likes” não cortam efeito dos comentários maldosos nas redes sociais

Jairo Bouer

22/06/2018 21h12

Crédito: Fotolia

Tem gente que está acostumada, mas, para boa parte das pessoas, ler uma crítica ou comentário maldoso nas redes sociais é algo que gera raiva, ansiedade e até sintomas depressivos.

Apesar disso, essas plataformas também têm suas vantagens, e as pessoas seguem em frente. Será que as experiências positivas superam as negativas? De acordo com pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, a resposta é não. Eles analisaram o impacto do uso de redes sociais em 1.179 estudantes de 18 a 30 anos de idade, e descobriram algo preocupante.

Os resultados indicaram que para cada aumento de 10% nas experiências negativas nas redes sociais, o risco de depressão para os usuários se elevava em 20%. E essas interações desagradáveis não foram neutralizadas pelos "likes" ou comentários positivos, de acordo com os pesquisadores.

A equipe concluiu que, infelizmente, as pessoas tendem a valorizar mais acontecimentos negativos do que positivos. Se uma pessoa receber quatro comentários bacanas após publicar uma foto e apenas um deles for de mau gosto, por exemplo, é mais provável que ela dê mais atenção para esse último.

É preciso lembrar que outras pesquisas já destacaram alguns benefícios das redes sociais para o bem-estar. Muita gente obtém alívio após fazer algum desabafo e receber suporte dos amigos, para não falar no quanto é bom retomar contato com amigos que você adorava, mas não encontraria mais se não fosse pela internet.

Agora, se você percebe que seu humor é afetado por causa de gente que não sabe ser educada ao manifestar uma posição contrária, ou é maldosa, mesmo, talvez seja melhor passar menos tempo nas redes sociais. Essas pessoas desagradáveis existem aos montes, e elas se sentem protegidas pela distância que a internet proporciona. Tenha certeza de que você não vai ficar sem seus verdadeiros amigos se apagar seu perfil.

Sobre o autor

Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.

Sobre o blog

Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.