Estudos podem colaborar para criação de vacina contra o herpes
Dois estudos recém-publicados podem ajudar no desenvolvimento de um exame mais preciso para o diagnóstico do herpes e, quem sabe, de uma vacina contra o vírus.
Os trabalhos envolvem pesquisadores das universidades de Harvard e da Johns Hopkins, e também de equipes dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Os resultados foram publicados no Journal of Virology.
O herpes labial em geral é provocado pelo vírus tipo 1 (HSV1), enquanto o genital, considerado mais grave, é associado ao tipo 2 (HSV2). Estudos mostram, inclusive, que o tipo 2 facilita a contaminação pelo HIV, o vírus da Aids.
Hoje em dia, os testes para detectar a doença são baseados em uma glicoproteína (molécula que contém um hidrato de carbono e uma proteína) presente no vírus. Em países como os EUA e a Europa o diagnóstico é mais preciso, mas há muitas falhas nos testes feitos em grande parte da África, onde as taxas de Aids e de herpes são mais elevadas. Isso ocorre por que o HSV foi o primeiro vírus geneticamente sequenciado com amostras apenas de pacientes europeus. E os cientistas acreditam que as glicoproteínas presentes em pacientes africanos com HIV positivo são um pouco diferentes.
Os estudos foram feitos com 34 cepas do HSV2 coletadas em Uganda, África do Sul, Japão e Estados Unidos. Os pesquisadores descobriram que o vírus do herpes genital tem menos diversidade genética que o HSV1. Isso pode ajudar bastante para que, no futuro, cientistas desenvolvam uma vacina globalmente eficaz contra a doença.
Em um segundo artigo, os pesquisadores descrevem as variações em uma região da glicoproteína que está presente em todas elas. Isso será crucial para criar uma ferramenta de triagem que funcione no mundo todo, e não apenas em alguns países.
Estima-se que, no Brasil, 80% da população tenha o vírus do herpes, sendo o HSV1 mais prevalente. A transmissão ocorre com muita facilidade, por isso, qualquer avanço que possa levar a uma vacina eficaz é bem-vindo.
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