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Jairo Bouer

Bebida na mão faz mulher ser vista como “fácil”, mostra estudo

Jairo Bouer

17/05/2019 17h20

Crédito: Fotolia

Estamos no século 21, mas o simples fato de segurar um copo de bebida alcoólica pode fazer com que uma mulher seja percebida como "fácil", ou sexualmente disponível, o que não acontece com um homem. É o que mostra um estudo publicado na revista científica Sex Rolesdeste mês.

O trabalho, conduzido por pesquisadoras das universidades de Nebrasca e de Iowa, nos EUA, explora estereótipos comuns e mostra que a sociedade ainda enxerga homens e mulheres que bebem de forma bem diferente.

Em três diferentes experimentos que envolveram, ao todo, 400 pessoas de ambos os sexos, as pesquisadoras perceberam que, ao observar uma mulher e um homem com uma garrafa de cerveja, as pessoas eram mais propensas a achar que ela estaria bêbada, mas ele não.

Mulheres com álcool na mão não apenas foram encaradas como disponíveis para o sexo casual, como também foram vistas como "menos humanas" do que outras mulheres com água ou suco, ou do que um homem com a mesma bebida.

As pesquisadoras definiram "menos humanas" como "um animal na cama", além de mais frias, vulgares, pouco sofisticadas, superficiais, menos inteligentes, menos racionais e imorais. Sim, todas essas impressões foram coletadas nos experimentos.

Estereótipos são perigosos, e podem ficar ainda mais num ambiente regado a álcool. Um experimento mais antigo, feito por pesquisadores da Universidade de Yale, mostrou que a bebida pode interferir nas respostas dos homens às recusas sexuais das mulheres. Quanto mais alcoolizado, maior tende a ser a insistência, mesmo quando elas eram explícitas na negativa.

Conclusões desse tipo preocupam, inclusive porque as mulheres têm bebido mais, segundo estudos. Assim como os homens, elas usam álcool para se divertir ou relaxar. Estar a fim de sexo ou não é uma outra história.

Sobre o autor

Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.

Sobre o blog

Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.