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Jairo Bouer

Estudo liga síndrome do ovário policístico a transtornos mentais

Jairo Bouer

13/04/2018 20h50

Crédito: Fotolia

Mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) podem ter uma propensão maior a ter transtornos mentais, como a depressão, e os filhos delas podem ter uma probabilidade mais alta de desenvolver transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista. As conclusões são de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Cardiff, no Reino Unido, e publicadas no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, da Sociedade de Endocrinologia.

O trabalho contou com dados de 11 milhões de pacientes de 674 centros de atenção básica daquele país. Cerca de 17.000 mulheres diagnosticadas com ovários policísticos tiveram seu histórico de saúde mental analisado, bem como os filhos de uma parcela dessas pacientes.

A síndrome afeta de 7 a 10% das mulheres em idade reprodutiva, e está entre as principais causas de infertilidade para as mais jovens. Os principais sintomas são irregularidade menstrual, aumento na quantidade de pelos no corpo e no rosto, sobrepeso e acne, que podem, sem dúvida, interferir no bem-estar. Alguns estudos também indicam que essas pacientes também podem ter risco aumentado de diabetes.

Os transtornos mentais encontrados com maior frequência entre as mulheres diagnosticadas com SOP foram depressão, ansiedade, transtorno bipolar e transtornos alimentares, como bulimia e anorexia. Os autores do trabalho, coordenados por Aled Rees,  acreditam que o diagnóstico e tratamento precoce da síndrome poderia reduzir o risco.

Apesar de ser um trabalho com número grande de participantes, os pesquisadores afirmam que são necessários mais pesquisas para confirmar os resultados, e entender melhor como a síndrome pode interferir na saúde mental das mulheres e no neurodesenvolvimento dos filhos delas.

O tratamento da síndrome do ovário policístico pode incluir o uso da pílula anticoncepcional, além de outros remédios e tratamentos dermatológicos. Dieta e atividade física também são muito importantes para essas mulheres.

Sobre o autor

Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em biologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. Nos últimos 25 anos tem trabalhado com divulgação científica e comunicação em saúde, sexualidade e comportamento nos principais veículos de mídia impressa, digital, rádios e TVs de todo o país.

Sobre o blog

Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre biologia, saúde, sexualidade e comportamento.