Canal do YouTube mostra rotina de quem sofre de bulimia
Enquanto muita gente tem feito sucesso com vídeos de humor ou games no YouTube, outras pessoas usam a plataforma para desabafar sobre problemas de saúde e acabam, com isso, ajudando outras pessoas com a mesma condição. Um exemplo desse tipo é o de uma norte-americana que lançou um canal, no ano passado, chamado ED Shanny, que expõe de forma nua e crua o que é conviver com a bulimia.
Esse transtorno, para quem não sabe, é caracterizado por ataques de comer compulsivo seguidos de purgação, com vômitos, laxantes, exercícios em excesso ou jejuns. A obsessão com a imagem corporal e o peso também é algo marcante neste, assim como em outros transtornos alimentares. A bulimia costuma ter início na adolescência e afeta especialmente as mulheres. A prevalência estimada é de aproximadamente 4% da população feminina.
Shanny conta, nos vídeos, que tem 30 anos e que, desde que se entende por gente, tem uma relação complicada com a comida. Ela mostra, sem constrangimento, a ausência de vários dentes – é comum que vítimas de anorexia e bulimia tenham problemas de dentários devido aos vômitos constantes.
Em um vídeo recente, que teve mais de 350 mil visualizações até o fechamento deste texto, ela mostra como é um dia na vida de uma pessoa que tem a doença. Começa com a encanação em frente ao espelho, uma consulta à balança, um ataque sem critério à geladeira (o que os especialistas chamam de "binge") , outra ida à balança, o vômito, mais um "binge"….e o processo se repete até a hora de dormir. Como não há texto, o vídeo pode ser visto sem problemas por quem não sabe inglês.
Shanny diz que está bem melhor hoje em dia, e só reproduziu sua pior fase no vídeo para mostrar do que o transtorno é capaz. Não dá para saber até que ponto ela tem acompanhamento médico- em um vídeo ela diz não ter mais dinheiro para pagar a terapia; em outro, expõe ao público, chorando, o que acontece quando para de tomar o antidepressivo e que tem vontade de se ferir ou morrer.
A YouTuber diz que espera, com o canal, não apenas ajudar quem sofre com o transtorno, mas também fazer uma espécie de terapia em grupo – desabafar e receber o suporte de outras pessoas na mesma condição, fenômeno comum nestes tempos de redes sociais. Se tudo o que ela fala é verdade, se ela vai melhorar e até ganhar dinheiro com isso, não dá para saber. Mas é positivo que o tema seja levado ao público sem o verniz das revistas de celebridades. Assim como a anorexia, a bulimia também pode trazer consequências trágicas, ou, no mínimo, atrapalhar muito a vida de uma pessoa.
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