Instabilidade econômica muda o padrão de consumo de álcool
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, avaliou o impacto da recessão de 2007 a 2009 no consumo de álcool da população, e concluiu que crises econômicas fazem as pessoas beberem mais após o trabalho. Por outro lado, o clima de instabilidade também faz com que elas bebam menos durante o turno.
Vários estudos já demonstraram que períodos de recessão exercem forte influência sobre o consumo de bebida alcoólica. Mas a maioria se concentra nos indivíduos que perdem o emprego – eles passam a beber mais por causa do estresse que a situação envolve ou por que têm mais tempo livre. Desta vez, os pesquisadores decidiram verificar o impacto em quem continua na ativa.
O trabalho, publicado no periódico Psychology of Addictive Behaviors, envolveu mais de 5.000 trabalhadores norte-americanos. Apesar do estresse elevado no ambiente de trabalho, quem tinha o costume de beber durante o turno passou a se controlar mais, para não colocar seu emprego em risco. Mas, para compensar, consumia ainda mais álcool ao deixar o posto.
Os resultados indicam que, em relação aos períodos sem crise, mais trabalhadores de meia-idade passaram a beber. Porém, isso não foi observado entre os empregados mais jovens. Para o principal autor, Michael Frone, isso se deve às responsabilidades financeiras e familiares, que costumam ser maiores para os mais maduros.
Beber menos durante a jornada de trabalho não é necessariamente bom para as empresas. A ressaca também afeta a produtividade, e chegar em casa bêbado todos os dias gera problemas familiares que acabam prejudicando, mais cedo ou mais tarde, o desempenho profissional.
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