Homem que paga por sexo tem muito em comum com estuprador, diz estudo
Homens que costumam pagar para ter sexo têm pouca empatia com prostitutas e maior tendência a cometer agressões sexuais do que homens que não têm esse hábito. A conclusão é de um estudo norte-americano publicado no Journal of Interpersonal Violence.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, avaliaram 202 homens na região de Boston, sendo que exatamente metade deles tinha o hábito de pagar por sexo. Eles foram selecionados de um total de 1.200 homens, para que tivessem nível socioeconômico e idade semelhantes.
Eles perceberam que os consumidores de prostituição eram mais propensos a admitir que tinham estuprado ou cometido outras formas de agressão sexual contra mulheres anteriormente.
Os autores do estudo dizem que, de fato, esses homens possuem características que são frequentes em indivíduos condenados por violência sexual: preferência por relações sexuais impessoais, ou seja, sem afeto ou intimidade envolvidos, além de medo da rejeição feminina e autoidentificação masculina hostil. Esse último termo tem a ver com uma personalidade mais narcisista e o desejo de ter poder sobre as mulheres.
Os homens que pagam por sexo têm menos empatia pelas prostitutas e veem essas mulheres como intrinsecamente diferente das outras, segundo a pesquisa. Vários entrevistados as comparavam a "commodities" ou a "um copo de café que você joga no lixo depois de usar", mesmo entendendo as razões que levam muitas mulheres à prostiuição.
Outros estudos já tinham associado essa falta de empatia com atos de violência contra a mulher. Os autores acrescentam que muitos especialistas, hoje, encaram a prostituição como uma forma de abuso sexual. E esperam que os resultados desse estudo ajudem a derrubar o mito de que consumidores de prostiuição são "caras legais, apenas sexualmente frustrados".
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